Das nossas lógicas ilógicas

Das nossas lógicas ilógicas

Mania mais besta a gente tem de de vez em quando, se sabotar. Como se pisar continuadamente num terreno cheio de caco de vidros fosse algo prazeroso. Como se se cortar repetidamente vestindo a mesma peça de roupa que tem alfinetes fosse algo que nos fizesse bem. Como fazer algo que nos faz de fato feliz fosse demais pra nós.
Somos tão acostumados em sermos vítimas que protelamos nossas decisões, deixando-as a mercê do acaso ou de quem tenha coragem de tomá-las por nós, porque ter em quem jogar a culpa de nossas lágrimas é mais fácil que assumir as consequências dos próprios passos.
Quem nunca insistiu em rumos sem ponto de chegada, em noites que nunca virariam dia, em dias que nunca virariam meses, que atire a primeira pedra.
De vez em quando, o destino trata de rumar uma pedra bem no meio da nossa testa, e limpando o sangue do novo machucado, acabamos limpando a sujeira do próprio rosto, que muitas vezes há anos nos impedia de ver, e mudar.
Aí, as vezes a gente muda, as vezes não. Vai saber. As vezes é como se precisássemos mesmo de alguma dor sempre latente pra podermos, de fato, sorrir com a alma.
É loucura…eu sei. Mas, ninguém disse que a vida seria uma coisa totalmente sã.
“It’s my life – Bon Jovi”
Camila Lourenço