Religando o “dane-se”

Religando o “dane-se”

“Quando não tiver mais nada
Nem chão, nem escada
Escudo ou espada
O seu coração
Acordará!…” |Nando Reis|

Hoje eu não quero papo sério nem conversas dramáticas. Ou talvez queira, eu não sei. Hoje eu só não quero falar sem dizer. Quero sentar numa mesa de bar, de um restaurante, ou do trabalho talvez e conversar sem me preocupar se estão julgando o volume da minha risada. E levantar os ombros sem noiar sobre o que irão achar. E falar: Ó, eu pensei um tanto bem grande em você” para aquele que vira e mexe tira meu sono e “falsidade vem antes do seu nome ou você assina como sobrenome mesmo?” pra outros(as).
Hoje quero o que me faz mal longe – e todos os outros dias também.
Quero ser sol sem ter que me esconder atrás de nuvens porque algum raio meu ardeu nos olhos de alguém. Quer ser livre, quero ser gente.
Eu descobri que vi amizade onde não existia, e que dei importância onde eu deveria dar desdém. Mas, hoje, e todos os dias que vierem, só quero ignorar isso. Quero lembrar dos meus erros somente no momento de agir novamente, para ter o cuidado de não fazer igual.
Eu sou crua e essa é a minha vantagem. Pois não há nenhum assado ou molho que não tenha sido o vermelho do cru um dia. E eu posso ser muita coisa. E aos que duvidam disso… ah, meus amores, puxem a cadeira pois o show está prestes a começar.
Hoje eu quero ser gente, e aos zumbis azulados que a mim também quiseram levar, deixo o recado: a porta é serventia da casa e é por ela que vou me retirar.
Hoje quero ser livre pra ser gente, e é isso que vou ser. E é desse mal que eu quero morrer de viver.


“It’s my life – Bon Jovi”

Camila Lourenço