Recentemente terminei de ler a biografia de Nelson rodrigues, escrita por Ruy Castro.

“O anjo pornográfico”, nome dado à bio do dramaturgo , que além de trazer a história de Nelson em miúdos e desnudar o cenário teatral brasileiro como nenhum livro que já li até hoje mostra, traz consigo também muito da história do Brasil, do jornalismo esportivo e do carnaval.

Separei aqui oito das muitas curiosidades encontradas no livro.

1 – “Beijo no asfalto” foi escrito para a Cia de Fernanda Montenegro, na época, uma companhia nova e ainda não consolidada.

2- Nelson era incapaz de ser fiel. Não era tarado como o julgavam, mas parecia não ser possível a ele viver sem ser em Estado de paixão. Foi “casado” 4 vezes. Traiu todas as 4 esposas. Teve 3 amantes enquanto ainda estava casado com sua primeira mulher,  Elza, sua única mulher de papel passado. Com uma dessas amantes, teve 3 filhos. No final da vida, acabou voltando com Elza – 14 anos depois após a separação. E adivinhem só: traiu ela novamente.

3- Nelson era mais amigo dos outros que de si mesmo. Não sabia dizer não e só no final da vida conseguiu ter um pouco mais de dinheiro no banco. Não porque houvesse parado de emprestar e ajudar todos quantos pediam, mas sim porque começou, enfim, ganhar um dinheiro mais justo pelo seu trabalho, e também porque suas peças haviam, enfim, chegado ao teatro, começando esse feito a ter êxito com o 1º filme dele dirigido por Arnaldo Jabor.

4 – Mário Filho, irmão de Nelson, foi quem popularizou os nomes dos clubes de futebol, e criou os campeonatos estaduais. Foi ele também que fez nascer, com suas crônicas e coberturas,  a rivalidade entre Flamengo e Fluminense,  Botafogo e Vasco, dentre outros.

5 – Ainda falando sobre Mário Filho, foi ele quem criou o desfiles de escolas de samba. Havia na época um bairrista desfile que descia pelo morro, mas nada lembre ou tenha a ver com os que acontecem hoje em dia na Sapucai

6 – A famosa frase “Toda mulher gosta de apanhar” nasceu após ele presenciar uma cena em que um marido, após ser tratado anos a fio feito cachorro pela mulher, um dia se cansou e deu-lhe uma surra no meio da rua. Depois disso, a mulher começou trata-lo a pão de ló, e foi então que Nelson soltou a frase, simbólica,  claro.

7 – A família Rodrigues foi muito próxima a Roberto Marinho. Quando Nelson precisou

7 – Um irmão de Nelson, Roberto, foi morto com um tiro no peito dado por uma mulher. O tiro na verdade era para o pai de ambos, que havia publicado em seu jornal uma matéria um tanto quanto caluniadora sobre a assassina (Sylvia Serafin). A morte do irmão foi seguida da morte do pai, que morreu de desgosto. Após esse tiro, toda a vida dos Rodrigues mudou e partir daí, Nelson começou viver e presenciar a maioria das situações que iriam povoar seus contos e peças, e também, após esse tiro que ele adquiria a doença da qual viria morrer, muitos anos depois, por suas sequelas.

8 – Nelson nunca cursou faculdade, estudou apenas até o ensino médio.

Se quiser saber mais, você pode ler o livro aqui, ou compra-lo aqui.