Essa semana um dos blogs que eu mais gostava de ler foi excluido.
Minha primeira reação foi me sentir roubada. Roubada dos meus momentos, privada das minhas lágrimas, impedida de sentir todas as sensações boas e fortes que eu experimentava quando o lia. Foi então que percebi que somos donos de nossas escolhas, mas, depois que as fazemos, não somos mais donos dos frutos.
Se você canta, pode ser dono da sua voz, mas não das sensações que ela provoca em quem te ouve.
Se você compõe, pode ser proprietário das suas letras, mas não das palavras em forma de sentimentos que povoam a mente de quem escuta sua mensagem.
Você é dono do seu sorriso, mas não da alegria radiante que toma quem o recebe.
Você é dono das suas lágrimas, mas não do aperto no peito de quem te presencia derramá-las.
Você é dono de você, mas não do efeito devastador que pode provocar em muitas pessoas.
No final, somos todos um pouco “donos” de cada um. Somos invadidos todos os dias pelos efeitos de escolhas alheias. A alegria, a indignação, a dor… sempre há um pouco de alguém em nossos sentimentos.
Se você tem algo de bom a oferecer, é sua escolha repassar ou não. Mas, deixa de ser papel seu fazer vomitar o efeito que isso terá sobre a vida de quem te sentir.
Como diz uma música que uma amiga minha citou esses dias: “todos temos o direito de ir e vir, mas eu tenho o direito de querer ficar.”
Não se iluda. Sempre haverá alguém que de uma forma ou de outra será tocado por você, mesmo quando você for inexpressivo.
“O que sinto através de você me pertence!”
Camila Lourenço