Estive pensando e acho que sei o que faz a gente amar, ou talvez, o que me faça amar.
O imprevisível me faz amar.
Se tudo corre como o pensado, tomo precauções preventivas, tiro o provavel futuro “problema” do foco, penso propositalmente em outras coisas. Mas, quando as atitudes dos outros, sincronizadamente com algo que não sei definir o quê, pegam-me de surpresa, nessa hora minhas pernas bambeiam, e sei que estou em território de risco.
E não estou falando das tão sonhadas surpresas, que nós mulheres muitas vezes ansiamos quando estamos em um relacionamento. Não. Estou falando daquelas atitudes imprevisíveis das reações, de alguém que incoscientemente sabe da instabilidade do terreno.
Não há regras, não há formulas. É um olhar dado que penetra a alma, é um abraço que atravessa o peito. é um beijo que gela as borboletas que flutuam no estômago.
Pra quem já penou em alguns capítulos para esquecer e/ou aprender a conviver com o amor. Pra quem já se policiou, se castigou por amar uma idealização. Pra quem a grossos modos falando, quebrou a cara, não fica difícil respirar fundo e aprender a conviver e superar algo ou alguém que nos balança. Mas, não há experiência alguma, não há receita nenhuma que previna os estragos devastadores que o imprevisível traz.
Entendi a peça do quebra cabeça que faltava, que me prova que indubitavelmente, posso afirmar: eu não sei a hora nem com quem o amor irá chegar.
Que ele chegue logo, e que me pegue assim: prevenidamente desprevinida.
Camila Lourenço