|Martinho da Vila|
Meu coração é vagabundo e tem mania de querer. Se acostumou ser ferido e curado pelas suas mãos e beijos. Vive agora em ataques quase epiléticos de abstinência que a sua falta provoca.
Antes ele fosse só sangue, só carne e nas suas mãos só ardesse. Mas, ele também é energia, vida e essência. E todas as suas partes, tanto as puras quanto as insanas revivem seu gosto todos os dias, porque, como já disse um dia se proibir de lembrar é a forma mais dolorida de não esquecer. Então, ele relembra, se embrulha, te envolve, entrelaça, doma e te tem suado, pele com pele, vários momentos nos pensamentos em forma de lembranças, e então, se aquieta.
“Disritmia – Zeca Baleiro”
Camila Lourenço