Para ler ao som de
https://www.youtube.com/watch?t=209&v=eDdI7GhZSQA
Aprenda, darling: Lágrima é chuva que rega a alma, prepara a terra e umedece o caminho para as flores da estrada. É assim pra todo mundo. É assim pra você também.
Talvez a plantação e grande oásis não esteja a vista agora, e é bem verdade que talvez você passe pela vida sem conseguir enxergá-lá a olho nu. Mas, é assim. Chuva nos olhos é o que nos rega a vida, que unta as fechaduras e nos tira a rigidez para com o mundo. Repare bem nessa gota que cai. Deixe que ela seja rio, que leve o que pesa, que leve o que sangra. Deixe que seja rio e te leve para o mar. Permita que ela despenque para poder sorrir arco-íris. Não represe, não a faça poço de lama ou água turva. Deixe que flua. Deixa chover.
Não faça da chuva, essa que emana dos olhos, se transformar no oposto para o qual ela foi feita. Não jogue sua doçura pelo ralo apenas porque seus pingos andam mais intensos e doloridos.
Aceite se for chuva de despedida, abra as janelas se for chuva de chegada. O que importa, é que ela passa. E mesmo quando tempestade, mesmo quando permanece pra mais de um verão, ela, assim como a noite mais enluarada, o carnaval mais animado, o dia na praia mais encantado, também encontra seu final. Aceita a chuva dos olhos.
É ela quem está lavando a casa para a próxima estação. Deixa chover.
|Foto clicada por Carol Costa para o lançamento do Enquanto você não vem|