Para ler ao som de:
Seu beijo é mais sensual e envolvente que as batidas da música Slow Dancing In A Burning Room. O seu abraço, quando quer, me faz arrepiar mais que o frio de Gramado ou quem sabe até da Antártica. Minha pele na sua tem um toque tão irresistível quanto chocolate quente em noite fria. E quando você me toca, ah, quando você me toca o início e o fim do mundo parecem estar no mesmo lugar. Com você eu passaria a eternidade e suportaria todos os dias mesmo quando o tédio parecesse o único e indiscutível fim. Aprenderia lhe dar água na boca se algum dia suas mãos perdessem a força, e lhe dedicaria todos os meus anos, desde os mais doces, floridos e pele de pêssego, aos dias em que o cansaço dominasse minha pele, ossos e olhos.
Em você eu tenho tudo que preciso, e qualquer recomeço depois de você, parece desnecessário. A verdade é que tenho preguiça de um mundo onde não haja suas mãos segurando as minhas, seu peito batendo em compasso com o meu, seu ritmo na cadência do meu movimento.
Então não cogite que a vida pode ser melhor sem você, porque não será e eu não vou partir. Existem riscos e riscos. E te amar, eu escolhi, é um risco que vale a pena.
Quero o nosso amor assim mesmo, cheio de normalidades, com domingos esparramados pelo sofá e sábados de sonolência após sessão cinema. Sem histórias de contas de fadas ou príncipe que me leve para morar num castelo luxuoso. Eu prefiro dividir minhas contas com você, e construir um futuro no qual exista algo nosso e não meu ou seu.
Pode me contar qualquer uma daquelas suas piadas bobas. Prometo rir mesmo tendo a ouvido trezentas vezes. Pode me abraçar com seu abraço repetido e cheio do cheiro que eu tanto sei. Pode me beijar com nossos beijos repetidos, onde já sei cada passo que a língua fará. Pode tornar minha vida nesse lugar que eu conheço. Não é medo do novo, é apenas preguiça de um mundo onde não exista você, onde não exista nós dois. É apenas a escolha de um mundo onde sejamos laço, com nó e ainda sim, solto. Porque no fim das contas, eu amo você. E isso foi, é e sempre será o melhor motivo pra ficar ao invés de partir.
Foto: Alexandre Cavarzan