Para ler ao som de:
Ainda bem que você não obedece minha loucura e não fica quando deve partir.
Ainda bem que você deixa bem longe de mim teus olhos quentes de cachoeira e tua boca doce de fruta. Ainda bem.
Ainda bem que manténs teu toque tão quente longe da minha pele e me dá espaço pra respirar e refletir na minha carência enorme que grita na tua ausência. Você nem faz meu tipo e isso tudo é uma loucura idiota.
Eu repito 10 vezes para meu corpo parar de te querer e outras 10, ele volta te gritar. E eu vou sufocando entre suspiros e respiração aceleradas a minha necessidade de você. E vou me lembrando a cada batimento o quanto você não é minha forma e o quanto eu devo estar apenas bêbada pelo momento. E então eu deixo você ir, com a sóbria sensação de que não vou te encaixar na minha invenção. Porque esse jogo, meu bem, seria perigoso demais pra você.
E eu bato a porta quando queria sentar na cama, eu dou risada quando queria te sufocar com um beijo, e mergulho no banho frio para me esquecer do fogo que percorre meu peito a cada vez que você sorri e quase me faz esquecer que esse mundo é invenção.
Ainda bem que você se vai. Eu não saberia como partir.