“Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser
Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte.”
Gonzaguinha
Ninguém quer entrar em uma guerra. Ninguém entra em guerra pra perder.
Ninguém é consultado se quer nascer. Ninguém nasce querendo morrer.
Nascemos atados a vida. Sem direito de descer no próximo ponto. Presos à vontade do “destino” – ou de Deus, como queira crer. Saímos daqui quando um deles decidir, e se decidirmos por eles, somos bandidos da existência, ladrões sorrateiros que saltam pela porta obscura dos fundos, com a única certeza de ter *dado uma solução permanente a um problema temporário.
A grama do vizinho pode ser sempre melhor que a sua, ou sempre pior. Depende com que olhos e para que lado você olha. E os olhos enganam. Às vezes a paz que traz a tal sonhada momentânea felicidade, mora no coração daquele que pra você, tem a grama mais pobre e desprovida de cor.
Atualmente somos levados a tantas coisas. A estarmos sempre felizes, a não reclamarmos, a estarmos bem informados, a isso, a aquilo. A verdade é que em vários momentos, só gostaríamos de nos largarmos em um meio-fio qualquer e lambermos nossas feridas, chorarmos pela vida não ser o palco que imaginávamos. Chorarmos por na verdade, ela ser uma grande merda em alguns momentos.
Dá trabalho e cansa nos esforçarmos para vermos sempre o melhor do mundo, do cotidiano e das pessoas. E em alguns momentos, por melhor que nossa sorte seja comparada a quem sequer tem onde se deitar, só queríamos que algo bom nos acontecesse de graça, sem merecimento, esforço ou motivo imediato.
Quando o despertar, o sol queimando na pele toda manhã, o ar entrando livremente pelos pulmões e saindo sem nenhum problema. Quando a plenitude corporal, a possibilidade de tentativas, de erros e acertos. Quando o dom natural da vida se torna moldura para um olhar que já não mais vê, é hora de parar para respirar e ouvir de dentro.
A necessidade de vencer uma guerra se torna irrisória quando conseguimos nos aperceber da importância da nossa paz.
A vontade de parar o mundo para descermos se esvai com o vento quando relativizamos a importância do querer momentâneo com o valor do que nos pertence a longo prazo.
Relativize. Respire. Daqui 5 anos metade dos seus problemas não serão nem factoides que estarão nos umbrais das suas lembranças.
Entrelace os dedos nas mãos dessa viagem que ninguém te perguntou se queria participar, mas que no fundo, você nunca desejou desejar sair.
*Frase de James MacArthur
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