Pra ler ao som de:
2015 está sendo um ano totalmente atípico.
Comecei o ano acreditando que ele seria o meu ano. Com meu primeiro livro com data marcada pra ser lançado, com música a caminho de ficar pronta, com decisão de seguir fazendo o que eu realmente amo tomada e vários sonhos na sacola, eu tinha certeza que esse seria o meu ano.
E foi. O ano mais produtivo da minha vida. E o mais difícil também em alguns aspectos.
Abandonei meu emprego em agência pra seguir na arte. Entrei em uma peça que viajava o Brasil todo logo de cara. Foi uma experiência maravilhosa. Conheci pessoas e lugares que mudaram minha vida. Mas foi também devastador e desastroso.
A peça não rendia quanto a ideia que me venderam. Minha renda despencou. Passei ganhar menos da metade da metade do que eu ganhava. Eu que amo a independência, me vi dependendo de favores e boa vontade. As coisas começaram faltar. Minhas escolhas começaram ficar pesadas de serem sustentadas sozinha.Nesse meio tempo, veio o livro e jogou um sopro de felicidade no meu rosto. Passou o lançamento, as coisas pioraram. Além do fator financeiro, questões ideológicas e conceituais começaram entrar em pauta em minha mente. Resolvi sair da peça e me dedicar a música. Voltei cantar em bar e mesmo assim as coisas continuaram piorando.
Me vi diante de 3 opções dolorosas e pra não desistir de continuar tentando no que acredito, fiz novas escolhas.
Nisso minha música saiu. Veja bem, enquanto tantos lançam um album completo, eu lancei uma única música. Mas ainda assim, me enchi de fé. Decidi fazer um clipe, porque sem mais faixas e sem estar tocando em nenhuma rádio, era o jeito que encontrei de chamar a atenção da nova geração totalmente ligada a tudo é que audiovisual. Criei a vaquinha que rendeu muito no início e depois, não só parou de render como começou encolher.
Comecei me perguntar o porque de insistir em algumas coisas, tentando ver de forma análitíca o que eu poderia ganhar de algumas decisões além de dívidas. Comecei analisar seriamente a possibilidade de desistir, mas desistir de uma forma que não houvesse peso. Novamente, decidi continuar e me prometi fazer valer meus sacrifícios. Na falta de RJ para um curso do Wolf Maia da vida, me inscrevi para mais 3 cursos de arte do que temos hoje disponível aqui.
As coisas, ao contrário do que dá pra ser visto pela internet, continuaram ladeira abaixo. Até hoje de manhã.
Meu clipe, que teria uma produção de R$8.000,00 e seria feito em SP, caiu para custo zero, em uma produção feita em Goiânia mesmo.
Claro, tudo que eu arrecadei e arrecadarei irá para a equipe que se disponibilizou a fazer por mim (equipe essa que na hora certa vocês saberão quem é).
O motivo do texto é só para dar uma força para quem está passando pelos perrengues que minhas escolhas me trouxeram: Quando não houver mais forças ou ânimo, decida fazer valer teus sacrifícios e sacrilégios. Quando não houver nada a fazer ou tudo que for feito parecer ir sempre pelo caminho errado, se agarre ainda mais ao sonho que te colocou onde está, e treine para ser ainda melhor do que já é.
Sacrifique o que você é pelo que quer se tornar. Talvez a dor te acompanhe por mais um tempo, mas em algum momento, a luz no fim do túnel aparecerá.
“Você já está caído e machucado. Leve uma recompensa disso.”