Olá pessoal. O texto de hoje é um testemunho de uma ex colega de faculdade.
Não vou emitir minha opinião a respeito dele,mas espero de coração que ao terminar de ler vocês tenham sua fé renovada como eu tive!
Beijos,
Camila Lourenço
Era dia 15 de novembro de 2009. Para Cleomar e eu, autores de um livro-reportagem, produzido como trabalho de conclusão de curso, sobre a vida de meninos e meninas em situação de rua, em Goiânia, era um grande dia.
Eram umas 19h e saímos para uma entrevista, em um bairro para nós desconhecido. Parados, Cleomar e eu discutíamos qual caminho seguir, já que ele não havia pegado nenhum “como chegar”. Irada, eu brigava como era de costume.
Perdidos, lembro-me das palavras: “Atravesse a rodovia. Aí a gente vê onde vai dar”. Era a BR-060, em um de seus pontos mais perigosos, na saída para Rio Verde. Com todo nosso estresse, atravessamos a rodovia e booom!
Alguns minutos depois, acordo estirada no chão e muitas pessoas ao meu redor. Escutando meu amigo aos gritos e sem entender nada, perguntei o que havia acontecido. Ouvi um homem me dizer: “Você bateu em um ônibus, moça”. Fechei os olhos no desejo de abri-los e acordar daquele pesadelo. Abri e vi que estava ali, no chão, com dores e muito medo.
Cada um seguiu para um hospital. Eu? Com diagnóstico de paraplegia. Descartada a hipótese, me disseram que eram apenas 3 costelas quebradas, um pé com fratura exposta e muitas queimaduras pelo corpo. Cleomar? Ninguém me respondia.
Na manhã seguinte, o choque. Cleomar estava com as duas pernas quebradas. Falei com ele, ou melhor, choramos juntos. Alguns dias se passaram, eu ganhei alta, mas Cleomar não. Falei com o médico sobre a forte dor no meu braço direito. Veio o diagnóstico: Lesão de plexo braquial à direita, um estiramento em um dos nervos do pescoço, que não levaria os comandos do cérebro para o membro afetado. Eu estava sem os movimentos do meu braço direito. Impossibilitada e com dificuldades até para respirar, me lembrei do que aprendi um dia: “Força e fé!”. Comecei a ver que o melhor já havia acontecido. NÓS ESTÁVAMOS VIVOS.
E o Cleomar? Vi que tinha alguma coisa errada. E tinha mesmo. Ele entraria em coma logo após nosso telefonema, um dia após o acidente. Acho que ainda não deram um nome àquele sentimento que havia dentro de mim. Diziam-me que ele ficaria bem, mas me escondiam os piores diagnósticos possíveis. Ele poderia morrer, ficar com sequelas mentais ou, talvez, nunca mais voltasse a andar.
Supliquei a Deus para que me desse boas notícias. No mesmo dia, meu telefone tocou. Era o Cleomar, me ligando de dentro da UTI. Uma pessoa entrou com celular e ele “inconsciente” pediu o telefone emprestado e me ligou. Se Deus existe? Existe e sabe fazer ligação de celular. Ele não se lembra, mas me ligou e disse para eu não me preocupar. No mesmo dia, ele saiu do coma.
Hoje, há um ano daquele acidente, o que tenho a dizer para todos que lerão esse testemunho, é que se hoje estou aqui escrevendo esse e-mail é porque DEUS EXISTE e SALVOU AS NOSSAS VIDAS.
Eram umas 19h e saímos para uma entrevista, em um bairro para nós desconhecido. Parados, Cleomar e eu discutíamos qual caminho seguir, já que ele não havia pegado nenhum “como chegar”. Irada, eu brigava como era de costume.
Perdidos, lembro-me das palavras: “Atravesse a rodovia. Aí a gente vê onde vai dar”. Era a BR-060, em um de seus pontos mais perigosos, na saída para Rio Verde. Com todo nosso estresse, atravessamos a rodovia e booom!
Alguns minutos depois, acordo estirada no chão e muitas pessoas ao meu redor. Escutando meu amigo aos gritos e sem entender nada, perguntei o que havia acontecido. Ouvi um homem me dizer: “Você bateu em um ônibus, moça”. Fechei os olhos no desejo de abri-los e acordar daquele pesadelo. Abri e vi que estava ali, no chão, com dores e muito medo.
Cada um seguiu para um hospital. Eu? Com diagnóstico de paraplegia. Descartada a hipótese, me disseram que eram apenas 3 costelas quebradas, um pé com fratura exposta e muitas queimaduras pelo corpo. Cleomar? Ninguém me respondia.
Na manhã seguinte, o choque. Cleomar estava com as duas pernas quebradas. Falei com ele, ou melhor, choramos juntos. Alguns dias se passaram, eu ganhei alta, mas Cleomar não. Falei com o médico sobre a forte dor no meu braço direito. Veio o diagnóstico: Lesão de plexo braquial à direita, um estiramento em um dos nervos do pescoço, que não levaria os comandos do cérebro para o membro afetado. Eu estava sem os movimentos do meu braço direito. Impossibilitada e com dificuldades até para respirar, me lembrei do que aprendi um dia: “Força e fé!”. Comecei a ver que o melhor já havia acontecido. NÓS ESTÁVAMOS VIVOS.
E o Cleomar? Vi que tinha alguma coisa errada. E tinha mesmo. Ele entraria em coma logo após nosso telefonema, um dia após o acidente. Acho que ainda não deram um nome àquele sentimento que havia dentro de mim. Diziam-me que ele ficaria bem, mas me escondiam os piores diagnósticos possíveis. Ele poderia morrer, ficar com sequelas mentais ou, talvez, nunca mais voltasse a andar.
Supliquei a Deus para que me desse boas notícias. No mesmo dia, meu telefone tocou. Era o Cleomar, me ligando de dentro da UTI. Uma pessoa entrou com celular e ele “inconsciente” pediu o telefone emprestado e me ligou. Se Deus existe? Existe e sabe fazer ligação de celular. Ele não se lembra, mas me ligou e disse para eu não me preocupar. No mesmo dia, ele saiu do coma.
Hoje, há um ano daquele acidente, o que tenho a dizer para todos que lerão esse testemunho, é que se hoje estou aqui escrevendo esse e-mail é porque DEUS EXISTE e SALVOU AS NOSSAS VIDAS.
(por Denise Barboza Ribeiro)