Essa peripécia chamada vida

Essa peripécia chamada vida

“Quero guardar essa certeza de que tudo está certo
mesmo quando está errado.
Sim, há mesmo aquela valia da vida te premiar quando você resolve levá-la a sério e vivê-la primeiramente por si. É impossível doar amor se não conseguirmos amar primeiro, o reflexo no espelho.”

Não, não é porque somos fodões, a gente aprende tocar o barco adiante porque é assim. É assim que a vida funciona.

Trocamos de amores, trabalho, bairro, cidade… Vira e mexe alguma área da nossa vida se renova e humanos que somos, incontáveis vezes vamos lá e cometemos exatamente os mesmos erros de antes. E continuamos cometendo, jogando a culpa no azar ou outra coisa qualquer pelos infortúnios, até nos darmos conta que o que nos detona é nosso imediatismo. Até aceitarmos que a vida tem estações que só ela mesma conhece e define e que nossos piores demônios vem de dentro. E aí as vezes conseguimos mudar algumas sinas e acertar os próprios ponteiros. E, repito, não é porque somos fodões que conseguimos sangrosamente largar o que nos fere e partir pro próximo. É só porque é assim. De repente alguém sorri pra você com o riso mais lindo do mundo e você tem certeza que sua última paixão não foi nem em sonho, a última. E de repente alguém liga em seu telefone e em uma entrevista de emprego você saca que seu último trabalho não foi nem de longe o melhor, mas que foi a melhor escola para te levar onde você queria estar.
A vida é estranha as vezes, transformando secretamente nossas rotas de fuga no caminho certeiro para que cheguemos exatamente onde deveríamos estar.
Não é fraqueza chorar, lamentar, ter o tempo de luto por tudo que em nós morre vez em quando. Fraqueza é não aceitar que tudo, mesmo os acontecimentos mais dolorosos, contribuem de uma forma ou de outra para nos preparar para o que realmente queremos e devemos receber.
Talvez exista mesmo aquele lance de “MACTUB“. E se existe, pode ter certeza, o que está escrito é que haveremos de ser felizes. De um jeito, ou de outro.
“With or without you – Scala”
Camila Lourenço