Você cuja ausência abraçou antes de ser presença. Que a brisa da falta em seu lugar, meu rosto beijou. Você, que menino errante foi guiado pelo erro procurando o acerto.
Você, que abraçou de vez a ausência, e por tê-la abraçada assim, pra sempre, agora é mais presente como em presença, jamais foi.
Você, que vela por mim através do luar.
Você que foi o ausente e que foi o presente mais desejado nos natais.
Na ausência dos seus braços entendi sobre Deus e o mundo. Entendi das saudades do que jamais foi. Dos braços que jamais formam abraço.
Graças a teu silencioso adeus, aprendi mais de amor e das segundas chances que deveriam ter sempre peso maior que o orgulho. No colo da que com você me gerou e “apesar de…”, meu amor por você se firmou.
Já não há mais trincas, nem frestas, nem amargor.
O que passou, passou e é o amor que vi em seus olhos quando neles botei os meus pela última vez que contarei a meus filhos quando um dia perguntar sobre seu avô.
“Pai – Fábio Jr.”
Camila Lourenço