Minha melhor escolha


Fiz de conta que era você cantando pra mim as músicas mais lindas e que eram seus olhos velando por mim através da lua linda.

Fiz da sombra das árvores os teus braços e neles me aconcheguei.
Fingi que a grama seca era algum tapete mágico e por ele andei com um sorriso bobo nos olhos.
Fingi que você estava bem perto, ao alcance dos meus olhos e mãos e te contei segredos, falei da vida, da fé e da ausência dela.
Das escolhas sempre postas sobre a mesa todos os dias, desacreditar de você é sempre uma opção, mas, porque a escolher se acreditando em ti vejo luzes tão mais fortes nascendo em mim?
Apesar dos diálogos com você sempre se parecerem mais com monólogos. Apesar das dores do mundo. Apesar de tantos pesares, desacreditar de você seria como não acreditar que após uma noite de tormenta, o sol voltará nascer. Como acreditar que tudo é definitivo ou pra sempre, inclusive as tristezas, e, graças a você, eu sei que não são.
Minha fé em sua existência faz com que até mesmo um céu acinzentado pareça a mim jocoso, e todas as coisas boas que surgem dos habitantes do mundo, todas, mesmo as minúsculas, olhando com seus olhos, ganham proporções maiores e brilho mais intenso.
Quando tudo mais se esvai e com os olhos já cansados contemplo meu reflexo no espelho, através dessas retinas escuras torno a acreditar que é em cada ser que você se faz habitar. Então, rompendo os obstáculos, minha fé se refaz, tornando-se forte até mesmo nas lágrimas que vez ou outra insistem em cair, e eu me lembro que nunca é tarde para acertar os eixos. Basta começar. A fé costura os fiapos das roupas maltratadas que a vida, hora ou outra, tenta nos vestir.

“Fix you – Coldplay”
Camila Lourenço