O fim, os términos, o novo: como lidar?

Lidar com o fim nunca foi fácil. Requer adeus, coragem e maturidade. E muitas das vezes, não temos nenhum dos itens mas precisamos preparar o bolo.

Escrevo há 8 anos e vocês, leitores, já passaram comigo por todas as fases. As alegrias, as tristezas, as zonas de depressão, os picos de euforia, Agora chegou talvez o momento mais importante desde que vocês me conhecem, a gravidez.

Minha gravidez foi “anunciada” duas semanas antes de eu descobrir, numa sessão casual de terapia holística com abordagem quântica, a chamada “Barras de acesso“. Nesse dia, saí da terapia feito barata tonta depois do deterfon.  Vi uma série de coisas, atuais, passadas e futuras. Dentre as futuras, vi o bebê. Ri de nervoso. Saí pra beber e tentar entender. Comprei um teste de farmácia, que eu sabia, daria negativo. Duas semanas depois, no entanto, o teste foi de sangue e não deixou dúvidas, eu não estava mais sozinha. Havia mais um coração batendo em mim.

Meu então namoro vinha passando por uma semana instável na semana da descoberta. Aquele tipo de situação de conhecer o limite do outro sobre dar e receber amor que deixa apenas dois caminhos, ou vai, ou racha. e o nosso, rachou.

Terminamos numa sexta, voltamos no domingo, descobrimos a gravidez na segunda e terminamos na terça.

Mas, foi como morrer, ir ao inferno, morrer afogada numa tsunami, morrer de novo e voltar. Ora, ninguém é obrigado amar ninguém, ou estar disposto a mudar. Relacionar-se é uma via que sempre será de mão dupla, e tudo bem.

Com o fim do namoro no dia da minha decisão de ter o bebê, mergulhei profundamente nos dias mais sombrios da minha vida até então. Eram pra ser os mais solitários também, mas não o foram. Eu tenho caros e amorosos amigos.

E no fundo do poço da minha negação em busca da aceitação, fui desfiando um por um os caminhos de lidar com o fim.

O fim da vida como era.

O fim de um sonho, ou a readequação dele.

E com o fim, veio o novo.

A nova vida.

A mudança no corpo.

O repensar dos planos.

A aceitação do outro, com seu tempo e suas limitações.

A aceitação de mim, com meu tempo e minhas limitações.

O encontro com Deus em meio ao caos.

Cada um tem um deus. Há quem encontre seu deus na bebida nos momentos de dor, outros, no esporte, alguns na natureza, na comida e outros, em si. Na escuridão, vislumbrei minha luz e o Deus que habita em mim.

Não há forma correta de lidar com os fins, porque todos eles também são início. E início’s e fins são nada mais que a vida, acontecendo em sua forma mais plena, de ciclar e reciclar relações e situações. Porque, graças a Deus, nada nunca permanece igual. Tudo move e se movimenta, nos levando para onde queremos, devemos e precisamos estar.

A vida tem seu próprio meio de abrir caminho. O que nos resta, é saber onde queremos estar. O universo, mesmo quando saimos tropeçando nos próprios pés, trata de nos levar.

https://www.youtube.com/watch?v=_fdrHVO9wBA