Pensando em várias coisas que tenho presenciado e que têm acontecido e relembrando um discurso que uma certa menina,( que se não me engano tinha 11 anos na época), fez há algum tempo na ONU, comecei refletir.
Quando éramos crianças, nos ensinavam que era feio debochar das debilidades dos outros, e nos ensinavam também a cultivar a compaixão e solidariedade para com quem tivesse, de alguma forma, mais dificuldade do que nós em algo. Hoje em dia, no entanto é moda tirar onda de gostos musicais, de idéias, de estilos, de tribos, de tentativas fracassadas, de sonhos, ou de tudo que seja diferente de alguma maneira do que pensamos.
Antigamente, nos ensinavam que deveríamos ser amigos uns dos outros. Atualmente, principalmente em alguns campos da vida, é um esperando quem vai cair primeiro para poder sentar na janela, no seu lugar.
Antigamente nos foi ensinado a pedir desculpas quando errávamos, hoje em dia, o que rola é entrar na famosa onda do ‘deixar pra lá’.
Nos ensinaram também que bom humor é contagioso, que o amor também é, no entanto, várias e várias vezes colocamos pra baixo de propósito quem nos chega com energia positiva e empolgação.
Não estou me excluindo nem me isentando de nenhuma das culpas acima. Já devo ter cometido alguma, com certeza. Mas o que estou fazendo, é convidando você, leitor, a parar para pensar como eu parei (e ainda estou pensando). As coisas têm realmente que ser assim?
Tudo bem. eu sei que Papai Noel nem Coelhinho da Páscoa não existem, mas, aquele senhor antigo, com certeza já de barba e cabelos branquiados, eu acredito. É, aquele mesmo: o velho, o novo e sempre amor. E não estou falando de amor carnal entre homem e mulher, e sim daquele amor fraterno, genuino, de querer bem um ao outro, de incentivar à melhoria, de torcer, de andar junto, de viver bem, de se deixar contagiar por esse sempre caridoso velhinho, e no entanto sempre jovem, chamado amor.
Se não me custa fazer um elogio, por que não, fazer?
Se não me custa pedir desculpas, por que não, pedir?
Se meu comentário não vai acrescentar nada na vida da pessoa, ou se muito ao contrário, irá deixá-la cabisbaixo e quem sabe até deprimida, por que eu vou fazer?
Qual é o preço do sucesso? É pisar nos corpos que se amontoam no chão?
O preço para amar alguém é o preço de tratar todos que não se encaixarem no perfil como brinquedos velhos e antigos, que não servindo mais para uso, vão para qualquer canto da casa sem a merecida atenção?
Qual é o preço de se sentir bem? Se vangloriar, humilhar, deixar para trás marcas de rancor, de mal humor e muitas vezes de tristeza?
Se for, muito obrigada, o valor é bem mais alto do que eu poderia pagar.
“Se o mundo é mesmo parecido com o que vejo, prefiro acreditar no mundo do meu jeito.” (Renato Russo)
Camila Lourenço