Para o cara certo

Para o cara certo


Eu quero tanto você, garoto, mas não me mastigue assim, tão devagar e indolor. Eu gosto de sentir os dentes afundando na minha pele com vontade. Não seja assim tão certo, tão quieto, tão estudante dos momentos certos. Seja só gente, garoto… só gente.
Claro que te quero, garoto certo, mas não seja tão bom assim, me faça sentir um pouco da dor das suas mãos me apertando, me enrole menos, corteje de menos, aja de mais.
Tenho manias estranhas que incluem ter o coração batendo no estômago e o fogo correndo nas veias. Eu beijo com a gana da paixão e meu abraço quase me transporta pra dentro do outro ser, então, não seja tão comedido assim, não roa pelas beiradas com mordidas tão pequenas… se aproprie, encha sua mão com a minha pele, não seja tão vagaroso.
O seu céu que é cinza ficaria perfeito com todas as cores que há por aqui, mas não pinte assim, com um pingo de cada vez, não seja tão o cara certo assim. Caras certos são para casar, mas geralmente não são os quais nos lembramos antes de morrer, não são geralmente os que nos fazem tremer ou os minutos valerem a pena. Então, seja o cara certo sendo só um pouquinho errado, só o tanto suficiente para tirar meus pés do chão e o ar dos meus pulmões.

“Rosas – Ana Carolina”
Camila Lourenço
Esse post ficou poucos dias no ar no mês de julho de 2011. Resolvi repostar. 😉