Prece por nós

Que tudo que for bom, permaneça pra sempre guardado em nós, mas que fique também alguma ou outra coisa ruim, para jamais nos esquecermos que somos imperfeitos seres humanos.
Que a fé esteja em nossos olhos e consigamos ver algo de bom em tudo, mesmo nos dias mais sombrios.
Que a felicidade se mostre de várias formas, e que tenhamos capacidade de enxergá-la mesmo entre lágrimas.
Que o céu seja por nós sentido a cada vez que de nossas mãos partir alguma atitude boa.
Que o amor seja sempre além do sexo, mas que o sexo a nós também não seja escasso.
Que o casamento seja almejado, mas que nos lembremos de viver nossa solteirice ao invés de fazê-la de sala de espera.
Que saibamos impor respeito, sem nunca no entanto, faltar-nos humildade.
Que saibamos fazer novos amigos, sem nunca, porém, desprezar os antigos.

Que o dinheiro jamais nos falte, mas que também nunca nos controle.

Que a nossa estrada tenha curvas algumas vezes, para que o comodismo da linha reta jamais nos tenha por reféns.
Que a sinceridade seja sempre uma das nossas qualidades, mas que ela permaneça calada quando o caso em questão for destruir o sonho de alguém.
Que tenhamos ainda coragem de arriscar, mesmo tendo o corpo recheado de cicatrizes.
Que os sonhos e a atitude tenham a mesma medida, e andem sempre de mãos dadas.
Que a solidariedade seja pra nós não uma palavra bonita, e sim um estilo de vida.
Que nos permitamos, de vez em quando, alguns caprichos, nos lembrando que a vida é passageira.
Que os parques nos tenham por mais tempo que a televisão.
Que a crítica aprenda ficar colada em nossa boca, quando não soubermos fazer melhor que o apresentado.
Que sejamos crianças de vez em quando, nos lembrando que brincar de “faz de conta” também se faz necessário. Algumas ilusões são necessárias na vida.
Que a vida seja, antes de tudo e qualquer coisa, vida. Pra ser vivida. Pra ser sentida. Que o vento no rosto vez em quando ainda nos emocione, mesmo quando nossa idade datar quase um século.
Que o céu azul ainda nos encante, mesmo que estejamos em fase de fanfarrões.
Que as estrelas ainda nos hipnotizem, mesmo quando não quisermos mais sequer pensar em “sonhar”.
Que a lua ainda nos faça lembrar de todos os tipos de amores que ainda queremos viver.
Que sejamos gente o suficiente, para que quando daqui partirmos os que nos conheceram possam afirmar: “cara, que bom que eu tive a oportunidade de conhecer essa pessoa aqui.”
Que sejamos o que quisermos ser, acreditemos no que quisermos acreditar, mas que nunca, jamais, percamos a fé em nós mesmos.


“Imagine – Jhon Lennon”

Camila Lourenço