Quando ele me beijou

Para ler ao som de:

https://www.youtube.com/watch?v=rdiLxyGH8Lg

Quando a boca dele encostou na minha, eu, que nunca acreditei em almas gêmeas, me senti beijando a minha gêmea completa pela primeira vez.

Pode ser coisa besta que a gente esquece em dois meses, no máximo. Mas quando eu senti meu espírito abraçado enquanto ele me envolvia com a língua e os braços, eu respirei fundo por mais de um segundo, só pra aprofundar a sensação. Só pra eu me lembrar depois. Só pra eu eternizar num canto bonito e fazer aqueles segundos embalarem o amor de outras vidas.

Quando ele me beijou, naquela noite boba e despretensiosa, eu beijei a mim, e foi tão bom me abraçar, que agora eu jogo piscadelas para o espelho só pra garota da alma bonita que há em mim se lembrar que mesmo quando o beijo não dura uma noite inteira ou uma vida, eu ainda estou aqui pra nós. Pra ela.

Quando ele me beijou, minha artéria ansiosa bateu forte, o diafragma comprimiu longamente e eu desejei que os segundos se tornassem eternidade.

Gravei na pele o nosso beijo bonito. Pra eu me lembrar, e pra eu repetir todo fim de tarde quando a alma que vier pra morar, chegar.

Quando ele me beijou, eu voltei pra mim. E cá estou, em um banho de autoaceitação tão grande, que meu eu sopra pra mim toda hora: eu quero nos colar beijando assim.

Quando ele me beijou, meu peito sorriu.