Quando volto ter fé

“O amor é um tapa na cara da linguagem” |Alícia Roncero|

Você se achega e encosta os pés nos meus, numa conchinha anti-frio, anti-gelo, anti-anti-amor. Eu me esparramo e suspiro, aliviada, entregue, medrosa. Que trabalho estava dando encontrar esse antídoto anti-amor.
Você me pega no colo e me sorri com os olhos e me faz ter aqueeeeela fé imensa, em você, na vida, em mim.
Levanto para trabalhar e o vento frio, com a chuva fina parecem presentes. Nem mesmo o verão com cara de inverno congela o amor que você faz nascer em meu peito quando me abraça e me chama de “minha menina”.
O seu amor é um milagre que me faz milagreSER. E com você ao lado eu sei que mil anos passariam como um dia e um dia teria mil momentos como se fosse mil anos.
O seu colo, me recebendo ao final de um dia tenso me faz ter uma vontade de sorrir como menina, como a menina que atendo quando estou com você.
Seu amor torna as palavras desnecessárias, mas no entanto, a tentação mais impossível de não ceder.
Com você, o amor, brega que é, me envolve e me faz o ser humano mais cheio de esquisitices amorosas do mundo, e de breguices em breguices eu sigo sendo, aqui, acolá, lá e cá o ser mais tristemente feliz do mundo.
Feliz porque você existe, triste poque nunca posso te ver.
Mas quando o vento bate em meu rosto, eu sinto teu beijo e o universo inteiro faz sentido. E aí pouco importa se o mundo acredita que eu nasci por um plano seu ou se foi tudo efeito de uma explosão. Quando presencio o sol nascer, vejo teus olhos no meus e aceito e entendo que você, Deus, é meu amor perfeito, e que de um jeito bem mágico cuida de mim aquecendo meus pés para que eles consigam jamais parar de caminhar.

 A Thousand Years – Christina Perri