Sobre o ciúme e outras (des)graças

Sobre o ciúme e outras (des)graças

Desapego é como milagre: 
Faça sua parte que acontece.

Creio que as vezes nos esqueçamos de quem somos. As vezes o espelho quebra, a memória falha, os olhos fundem e o amor próprio tira férias.
Aceitamos coisas que não precisamos aceitar, choramos por quem e pelo quê não deveríamos chorar. Nos sujeitamos a sentimentos bobos de pequenez e nos esquecemos que somos o que quisermos ser, e podemos ter o que quisermos ter.
Ciúme e falta de confiança – em si, nos outros –  são coisas super comuns de se sentir e geralmente surgem em épocas nada estáveis da auto-estima. Medo de perder, raiva, descrença por essa ou aquela atitude. Vemos pessoas que antes sequer conhecíamos com o dom eterno de nos fazer felizes e não enxergamos que todo o “poder” que a elas foi dado, partiu de nossas mãos e que esse mesmo poder morre também no exato momento que decidimos que assim o será.
Trazer à memória que não importa onde ou com quem estejamos, estamos porque queremos, faz toda diferença para entendermos que da mesma forma que entramos, podemos sair se assim o quisermos.
Bem diz vários textos e teorias que o que amamos na verdade, é o amor, e que projetamos no objeto amado toda a expectativa que criamos no decorrer da vida. É necessário, no entanto nos lembrarmos que sim, amores vêm e vão. Que amar é uma escolha e não amar, também. Que pessoas são sim substituíveis e que o que faz cada um ser ou não especial e/ou inesquecível é também a forma como deixamos que penetrem em nossa alma e que cabe a nós decidirmos sim, até que ponto queremos e vale a pena ir.
Cabe a nós enxergarmos que o mundo é bem maior que todas essas pequenices e abrirmos os braços e vivê-lo, independente de qualquer coisa ou de quem quer que seja.
Se o mundo acabar hoje, estejamos dançando… independente de quem conosco baila.
E aos que de todos esses males padecem, um alento: uma hora você cansa e abre os braços pra vida.
Limpe o espelho, vista seu melhor sorriso. A vida não pára e a música está tocando: vá dançar.
Nos amemos melhor para amar melhor.

Camila Lourenço