Sobre pequenos anjos

Eu me faria uma galinha pra te ajuntar debaixo das asas.
Uma leoa pra caçar e te dar de comer.
Uma onça pra te proteger.
Uma super-heroina pra te salvar.
Mas, você, sem ter asas como uma ave, ou força como um leão, ou o instinto de uma onça ou super-poder do Super Homem me salva do ceticismo do mundo a cada vez que me sorri e olha para as mínimas coisas como se fossem as mais lindas paisagens do universo.
Com sua boca desdentada que engole as mãos com a mesma vontade e deslumbramento com que absorve cada novidade que a ti chega, me ensinas mais da vida que os anos no banco da universidade. E eu te dedico essas letras agora pra daqui alguns anos possas ler e saber que um dia já o mundo a você pareceu mágico e cada vez que essa magia refletia no seu olhar um pouco do meu mundo se salvava da condenação total de vestir-se sempre de igual.
Quando de braços abertos e indefesos se encaixaste  entre meus seios, sem procurar proteção conseguiste desenhar nos meus olhos as cores de um mundo que pode sim, ser bom, sim.

Para Henri Gabriel,
meu sobrinho,
meu pequeno anjo.

Camila Lourenço