Eu me faria uma galinha pra te ajuntar debaixo das asas.
Uma leoa pra caçar e te dar de comer.
Uma onça pra te proteger.
Uma super-heroina pra te salvar.
Mas, você, sem ter asas como uma ave, ou força como um leão, ou o instinto de uma onça ou super-poder do Super Homem me salva do ceticismo do mundo a cada vez que me sorri e olha para as mínimas coisas como se fossem as mais lindas paisagens do universo.
Com sua boca desdentada que engole as mãos com a mesma vontade e deslumbramento com que absorve cada novidade que a ti chega, me ensinas mais da vida que os anos no banco da universidade. E eu te dedico essas letras agora pra daqui alguns anos possas ler e saber que um dia já o mundo a você pareceu mágico e cada vez que essa magia refletia no seu olhar um pouco do meu mundo se salvava da condenação total de vestir-se sempre de igual.
Quando de braços abertos e indefesos se encaixaste entre meus seios, sem procurar proteção conseguiste desenhar nos meus olhos as cores de um mundo que pode sim, ser bom, sim.
Camila Lourenço