Tatuador e tatuado, eu e você.

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Você pode ter o corpo limpo como a pele de um bebê que eu te garanto: você é cheio de tatuagens.

Somos todos tatuadores e tatuados. As vezes começamos a fazê-las e recebê-las tão logo quando nascemos.

Tem gente que tem tatuado o dia que o pai saiu de casa, outros, o dia que ele os acompanhou até o altar. Tem gente que tem tatuado a 1º vez que entendeu a mãe chegar cansada em casa depois de um dia de trabalho, outros tem tatuado a sua falta de afeto, Tem gente que tem tatuado a 1º desilusão, outras a 1º declaração de amor que ouviu.

Todo dia tatuamos alguém, quer seja tatuagem “boa” ou tatuagem ‘ruim’. Tem pessoas que nós tatuamos e nem percebemos. O amigo que zoamos na escola (ou no emprego), a namorada(o) que zoamos porque engordou, o irmão que tem a orelha grande ou o sobrinho que gagueja ao ler.

Tem gente que tatua (com rena) “eu te amo” com palavras e depois fixa “eu te odeio” com atitudes. Não há como fugir disso, todos os dias tatuamos alguém. O que nos resta é escolhermos o que queremos tatuar e o que queremos deixar em nós tatuado.

Tem gente que a gente só vê uma vez na vida e  carregamos pra sempre conosco, como o menino que grita “ô gorducho” na rua ou a moça que nos encara com tom de escárnio no banheiro do shopping. Repensar o que realmente vale a pena carregar em nosso corpo é papel nosso. Algumas tatuagens realmente não dá pra que fujamos e leva tempo (e as vezes terapia) pra aprendermos conviver com tais, outras, sequer deveriam estar lá. Afinal, por que dar tanta importância pra coisas ouvidas ou sentidas vindas de pessoas que sequer estão ou mereceriam estar em nossas vidas?

Um pedido de desculpas não apaga ‘tatuagens’ e ter isso destacada em letras garrafais em nossa mente pode nos ajudar a não colhermos a mágoa como troco de alguém que queríamos apenas amor mas nunca soubemos amor doar.

Tatuagem com o tempo, não dói, mas também não apaga. E aí, o que você quer eternizar na vida de alguém (inclusive na sua?)